sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Banda larga e VoIP derrubam tráfego de ligações fixas nas operadoras

São Paulo - Telefônica, BrT e Telemar registraram queda nas ligações fixas locais e interurbanas, mas equilibram receita com dados.
O crescimento da adoção de banda larga no Brasil causou impacto negativo no tráfego de ligações das operadoras de telefonia fixa Brasil Telecom (BrT), Telefônica e Telemar ao longo dos últimos dois anos, de acordo com análise do grupo especializado em telecomunicações Teleco.
No ano de 2005, a Telefônica registrou uma redução de 5% no número de pulsos em chamadas locais e 10,9% em minutos de ligações de longa distância e de fixo para celular.
Já a BrT apresentou queda de 14% em pulsos em chamadas locais, 17,7% em chamadas de longa distância nacional e de 1,9% em chamadas para celulares, no ano que passou. Em 2004, a Telemar – que ainda não reportou dados do último ano – teve decréscimo de 9,3% no número de pulsos e de 6,4% no número de minutos de longa distância.
Como fatores para o declínio nas ligações locais, o Teleco aponta não só o aumento do uso de banda larga em detrimento da conexão discada para acesso à internet, mas também o crescimento da base de celulares, que desde 2003 é maior que a de telefones fixos e, em 2005, ultrapassou o dobro destes aparelhos.
VoIP
No caso da telefonia à longa distância, pesaram fatores como a conurbação de áreas que antes eram consideradas interurbanas e passaram a fazer parte do mesmo perímetro para ligações locais (em setembro de 2004), e o impacto do VoIP (voz sobre IP).
“A entrada das operadoras de VoIP no mercado vem forçando as grandes da telefonia a reduzir os preços das chamadas interurbanas, o que resultaria em uma potencial redução de receita, que não ocorre porque o volume de ligações aumenta”, explica Eduardo Tude, presidente do Teleco.
Para o analista, as operadoras de VoIP têm neste momento de emergência a oportunidade de conquistar uma parcela do mercado – aproveitando uma receita que não é tão significativa para as grandes operadoras, mas para as pequenas é bastante representativa – e tornando-se possíveis alvos de aquisição em um futuro cenário de consolidação. “Quando a Embratel reduz o preço das suas ligações interurbanas e internacionais, ela o faz para uma base imensa de clientes, portanto não consegue baixar tanto quanto as pequenas”, explica Tude, constatando que as operadoras exclusivamente de VoIP podem oferecer preços mais competitivos.
Segundo ele, o acordo do Skype e com a Transit Telecom no Brasil, que possibilitará que o usuário tenha um número local para receber chamadas, deve acirrar ainda mais a disputa no setor.

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