domingo, 23 de agosto de 2009

Holografia é a estrela da nova geração de tecnologias da comunicação

Nessa casa, ninguém dorme cedo. Não sem antes falar com as crianças. "O Augusto ele mora no Colorado, a Raquel mora no Texas e a Renata mora na Louisiana", afirma a gerente de eventos, Regina Bueno. Ainda mais agora que Renata está grávida. "Olha lá, que lindo", grita Regina. Pelo computador, Regina e Evandir veem e falam, de graça, com os filhos todo santo dia. Vários programas podem ser baixados no computador gratuitamente. Eles permitem a comunicação de voz e vídeo pela internet entre os usuários, que precisam estar conectados ao mesmo tempo. Alguns programas já são usados até no celular, mas ainda não transmitem imagens. "Tenho minha mãe e meu irmão que moram nos Estados Unidos e tenho vários tios que moram na Itália", conta Thales Baldinotti, gerente comercial. Em uma lanchonete, Thales só gasta com o cafezinho enquanto conversa com os tios italianos. No celular, a conexão é pela rede Wi-Fi, ou seja, nenhum custo adicional ao serviço de internet. Se fizesse uma ligação normal para a Itália, às 18h, Thales pagaria em média R$ 2,00 o minuto. No apartamento da família Bueno, o bate papo com a caçula, Raquel, durou quase oito minutos e não custou nada. A mesma conversa, no telefone fixo, sai, em média, R$ 8,00. Esqueça as experiências ruins nesse tipo de comunicação. Daqui algum tempo você poderá falar com alguém da sua família por voz e vídeo com alguém da sua família sem interrupção de sinal. E o melhor, a outra pessoa vai estar em tamanho real. A sensação é de que estarão numa única sala mesmo se estiverem há milhares de quilômetros de distância. Isso já é uma realidade em grandes empresas. No lugar das antigas videoconferências surgiu uma nova geração de equipamentos: a 'telepresença'. As telas de alta definição têm 60 polegadas, cada. Luz, móveis, cor e a porta são padronizados para dar a sensação de que estamos num mesmo ambiente. Mesmo que uma sala fique em São Paulo, outra no México e uma terceira em Miami. Os microfones e alto falantes são direcionais, dando a impressão de que o som sai exatamente da boca de quem fala. É o chamado: 'áudio espacial'. A experiência se torna o mais real possível. Quando o chefe tem que dar bronca, é como se estivesse presente. "É muito pior por telepresença". Para que cheguem ao mesmo tempo, sem atraso, voz e vídeo são comprimidos por um software. Isso dá agilidade ao conteúdo que trafega pela internet. Mas é preciso uma rede de alta capacidade. No mínimo 15 megabits por segundo. Um projeto grandioso como esse, não é assim, digamos, barato. Pode chegar a US$ 200 mil. Grandes companhias dizem que o investimento compensa. "Eu tenho uma grande economia em passagens e racionalização do tempo das pessoas. Tenho, acho que um próprio compromisso, que é a redução de gás carbônico de redução uma vez que a tecnologia proporciona isso", afirma Cláudio Almeida Prado, diretor de tecnologia Santander. Em um palco, um dos executivos não está realmente presente. Um deles está na Índia, o outro, um holograma, fala direto dos Estados Unidos. A primeira vez que essa tecnologia foi vista foi há muito tempo atrás, em uma galáxia muito muito distante por um grupo de rebeldes que queria mapear do poder um imperador do mal. Mas qual o segredo de uma holografia? Nós fomos a um estúdio em São Paulo onde é usada uma tecnologia inglesa para criar essas imagens. "A gente trabalha com um projetor, uma tela de reflexão e um 'foil' que é o grande segredo do negócio", explica Paulo Guarini, diretor EyeMotion. O 'foil' é uma película de metal tão fina que mal dá para ver a olho nu. É ela que reflete o vídeo em 3-D que pode ser gravado ou ao vivo. A transmissão em tempo real é feita via satélite ou internet. É como se fosse real, a impressão que dá é que dá para gente tocar se a gente quiser. "A sensação que a gente quer passar é exatamente essa. É confundir a platéia quem é real e quem é virtual". Esse mundo mágico, que parecia só coisa de cinema, já é real nas grandes companhias, mas qual o próximo passo dessa tecnologia? Algum dia, eu vou estar na minha casa, vou atender o telefone e a minha mãe vai se materializar em holografia na minha frente, é isso? "Em curto, médio prazo, a gente acredita, que essa tecnologia vai estar em menor escala para os lares de todo mundo".
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